sexta-feira, 6 de agosto de 2010

6 de Agosto

Sempre me pareceu que as datas se repetiam muito depressa. Os meses vão passando e o tempo só desacelera nos dias anteriores ao fato a ser lembrado.


Aniversários, comemorações tradicionais, comerciais ou inventadas. Todas as datas específicas seguem esse ritmo: à distância, descaso; às vésperas, euforia. Todas as datas especiais seguem esse padrão confortante, que nos deixa respirar aliviados nos dias comuns.


A sua data, porém, escapa da regra. Cada hora mais perto, cada ano mais longe. Essa proximidade é apenas uma lágrima diante da eternidade da sua ausência. Sobra só sua falta...

Meu tempo passa, mas não sabe o seu caminho. A euforia da véspera aparece, estranhamente, mas não traz seu abraço de conforto. Traz certeza de distância. A distância que aumenta a saudade que deixou. Que rouba da minha memória seu cheiro e sua voz.


Que "eternidade" é essa? De que serve essa “dádiva” se sem vida as vidas se perdem umas das outras?


Distância eterna por um caminho que não segue os anos da minha existência.


Está frio! Pegue seu chapéu e vista seu casaco! Vamos caminhar devagar, devagar... Sem nos preocuparmos com o tempo.


Quando der.

CP

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