Não escrevi versos,
não deixei pegadas no percurso.
Na tábua corrida e nas cartas antigas,
ficaram apenas marcas e rugas
das lágrimas que dediquei, de joelhos,
ao seu pedestal no canto da sala.
E no Canto da angústia,
permanece, insistente,
o cheiro amargo
de um último cigarro antes do sono.
Do fogo que apaguei
com um grito de fumaça e dor
que me sufocavam o peito.
Recomeço.
(abril/2012)
CP
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