Em carne viva eu me abro,
em carne viva me mato.
Mato parte do que foi parte de mim:
fé, coragem e paixão.
Me abraço em trancas antigas,
me perco no medo de perder.
Falta-me ar, falta-me fala.
Esqueço de respirar para me lembrar de mim.
Quando tremo, me aqueço.
Mas no fundo continua tão frio...
Escureço.
Fecho os olhos e vejo meu palco.
Se acordo, me encontro só.
Só eu, com aquilo que sou eu
e com aquilo que é só meu.
Em meu peito, algo desfaz o todo.
Perco o ritmo, deixo o controle.
O silêncio que trazia paz, agora mata,
assassina meu jardim.
O vento arranca as flores,
o tempo me tira de mim.
Me rouba de mim.
A força se vai, a vida se esvai.
Falta-me ar para gritar...
Me abro em risos que me fecham em dor.
E cada noite parece o fim de uma vida inteira.
(OUT/2009)
CP
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário